Rob Wallace, Alex Liebman, Luis Fernando Chaves e Rodrick Wallace
(27 de março de 2020)
Original “COVID-19 and Circuits of Capital” in MONTHLY REVIEW, https://monthlyreview.org/. Tradução de Boaventura Antunes
CÁLCULO
COVID-19, a doença causada pelo coronavírus SRA-CoV-2, o segundo vírus da síndrome respiratória aguda grave desde 2002, é agora oficialmente uma pandemia. No final de Março, cidades inteiras estão fechadas e, um a um, os hospitais estão a ficar sobrelotados, num engarrafamento médico provocado pela afluência de doentes.
A China, seu surto inicial agora em contração, volta a respirar mais facilmente.(1) A Coreia do Sul e Singapura também. A Europa, especialmente Itália e Espanha, e cada vez mais outros países, já se dobram sob o peso das mortes, ainda no início do surto. A América Latina e a África só agora começam a acumular casos, alguns países preparando-se melhor do que outros. Nos Estados Unidos, um país que se considera o mais rico da história do mundo, o futuro próximo parece sombrio. O surto não tem o pico previsto para antes de maio e já os trabalhadores da saúde e os doentes dos hospitais estão a lutar pelo acesso ao fornecimento cada vez mais reduzido de equipamentos de proteção pessoal.(2) Enfermeiros, aos quais o Centro de Controle e Protecção de Doenças (CDC) horrivelmente recomendou o uso de lenços e écharpes como máscaras, já declararam que “o sistema está condenado “(3).
Entretanto, a administração dos Estados Unidos continua a cobrir a oferta de cada Estado na compra de equipamentos médicos básicos que antes se recusou a adquirir para eles. Anunciou também medidas repressivas nas fronteiras como sendo uma intervenção de saúde pública, enquanto o vírus se espalha por todo o país.(4)
Uma equipe de epidemiologia do Imperial College fez uma projeção segundo a qual a melhor campanha de “mitigação” – aplanando a curva de acumulação de casos através da quarentena dos casos detectados e do distanciamento social dos idosos – ainda deixaria os Estados Unidos com 1,1 milhões de mortos e um total de casos oito vezes maior do que o total de camas de cuidados intensivos do país.(5) A “supressão” da doença, procurando acabar com o surto, levaria a saúde pública mais longe em caso de quarentena ao estilo chinês (e familiar) e de distanciamento comunitário, incluindo o encerramento de instituições. Isso baixaria os valores da projeção para cerca de 200.000 mortes nos Estados Unidos.
O grupo do Imperial College estima que uma bem sucedida campanha de supressão teria de ser prosseguida por pelo menos dezoito meses, com uma sobrecarga de contração econômica e decadência nos serviços comunitários. A equipe propôs equilibrar as exigências de controle da doença e da economia através da alternância de entrada e saída em quarentena comunitária, em função de um nível definido de camas de cuidados intensivos ocupadas.
Outros construtores de modelos puxaram para trás. Um grupo liderado por Nassim Taleb, com a fama do “Black Swan” [Cisne Negro], declara que o modelo do Colégio Imperial não inclui rastreamento de contactos e monitoramento porta a porta.6 O contraponto deles não percebe que o surto quebrou a anterior vontade de muitos governos de empreender esse tipo de “cordão sanitário”. Não será antes de o surto começar a declinar que muitos países verão tais medidas, esperançosamente com um teste funcional e preciso, conforme apropriado. Como disse um engraçadinho: “O Coronavírus é demasiado radical. A América precisa de um vírus mais moderado ao qual possamos responder gradualmente”(7).
O grupo Taleb nota a recusa da equipa do Imperial em investigar sob que condições o vírus pode ser levado à extinção. Tal extirpação não significa zero casos, mas isolamento suficiente para que casos isolados não sejam capazes de produzir novas cadeias de infeção. Apenas 5% dos susceptíveis em contacto com um caso na China foram subsequentemente infectados. Com efeito, a equipe Taleb prefere o programa de supressão da China, saindo todos suficientemente rápido para levar o surto à extinção, sem entrar numa maratona de dança entre o controle da doença e a garantia de que a economia não tenha escassez de mão-de-obra. Por outras palavras, a abordagem estrita (e intensiva em recursos) da China liberta a sua população da sequestração de meses – ou mesmo anos – que a equipe do Imperial recomenda a outros países.
O epidemiologista matemático Rodrick Wallace, um de nós, derruba completamente a tabela de modelagem. A modelagem de emergências, por mais necessária que seja, falha quando e por onde começar. As causas estruturais também fazem parte da emergência. A inclusão delas ajuda-nos a descobrir a melhor maneira de responder, indo além de apenas reiniciar a economia que produziu o dano. Escreve Wallace:
“Se os bombeiros receberem recursos suficientes, em condições normais a maioria dos fogos quase sempre pode ser contida com o mínimo de vítimas e de destruição de propriedades. No entanto, essa contenção está criticamente dependente de um empreendimento muito menos romântico, mas não menos heróico, o persistente e contínuo esforço que limita o risco das construções através do desenvolvimento e aplicação de códigos, e que também garante que os recursos de combate ao fogo, saneamento e conservação dos edifícios sejam fornecidos a todos os níveis necessários….
O contexto conta para a infeção pandêmica e as atuais estruturas políticas, que permitem às empresas agrícolas multinacionais privatizar os lucros, ao mesmo tempo que externalizam e socializam os custos, devem ficar sujeitas à “aplicação do código” que reinternaliza esses custos, se se pretende evitar uma doença pandêmica verdadeiramente mortal em massa num futuro próximo.”(8)
O fracasso na preparação e reação ao surto não começou apenas em Dezembro, quando os países de todo o mundo não responderam, depois de a COVID-19 se ter espalhado a partir de Wuhan. Nos Estados Unidos, por exemplo, não começou quando Donald Trump desmantelou a equipa de preparação para a pandemia da sua equipa de segurança nacional, ou quando deixou 700 lugares no CDC por preencher.(9) Também não começou quando a administração federal não agiu de acordo com os resultados de uma simulação da pandemia em 2017, mostrando que o país não estava preparado.(10 )Nem quando, como declarado numa manchete da Reuters, os Estados Unidos “cortaram o trabalho de especialista do CDC na China meses antes do surto do vírus”, ainda que a falta de contacto directo precoce de um especialista americano no terreno na China tenha certamente enfraquecido a resposta dos EUA. Nem começou com a infeliz decisão de não usar os kits de teste já disponíveis fornecidos pela Organização Mundial de Saúde. Juntos, os atrasos nas primeiras informações e a falta total de testes serão sem dúvida responsáveis por muitas, provavelmente milhares de vidas perdidas.(11)
As falhas foram realmente programadas há décadas, uma vez que os bens comuns da saúde pública foram simultaneamente negligenciados e monetizados.(12) Um país capturado por um regime de epidemiologia individualizada, just-in-time – uma contradição total –, com camas e equipamentos hospitalares insuficientes para situações normais, é por definição incapaz de mobilizar os recursos necessários para prosseguir um tipo de supressão como o da China.
Seguindo o argumento da equipe de Taleb sobre estratégias de modelação em termos mais explicitamente políticos, o ecologista da doença Luis Fernando Chaves, outro co-autor deste artigo, faz referência aos biólogos dialécticos Richard Levins e Richard Lewontin, para concordar que “deixar os números falarem” apenas mascara tudo aquilo que foi assumido de antemão.(13) Modelos como o estudo do Imperial limitam explicitamente o escopo da análise a questões restritas, enquadradas dentro da ordem social dominante. Propositadamente, eles não conseguem captar as forças de mercado mais amplas, que impulsionam os surtos e as decisões políticas subjacentes às intervenções.
Conscientemente ou não, as projeções resultantes colocam a saúde de todos em segundo plano, incluindo os muitos milhares de pessoas mais vulneráveis que seriam mortas caso um país alternasse entre o controlo da doença e a economia. A visão foucaultiana de um Estado agindo sobre uma população no seu próprio interesse representa apenas uma actualização, embora mais benigna, da pressão malthusiana pela imunidade de grupo que o governo Tory da Grã-Bretanha e agora a Holanda propuseram – deixar o vírus queimar através da população sem obstáculos.(14) Há poucas evidências, além da esperança ideológica, de que a imunidade de grupo garanta o fim do surto. O vírus pode facilmente evoluir por baixo do cobertor imunológico da população.
INTERVENÇÃO
O que deve ser feito em vez disso? Primeiro, precisamos de entender que, ao responder à emergência da maneira correta, ainda estaremos a enfrentar tanto a necessidade como o perigo.
Precisamos de nacionalizar os hospitais, como a Espanha fez em resposta ao surto.(15) Precisamos de aumentar os testes em volume e reduzir o tempo de execução, como o Senegal fez.(16) Precisamos de socializar os produtos farmacêuticos.(17) Precisamos de impor proteções máximas ao pessoal médico para diminuir as baixas. Temos de assegurar o direito de reparação de ventiladores e outras máquinas médicas.(18) Temos de começar a produzir em massa cocktails de antivirais, tais como remdesivir e a velha cloroquina anti-malária (e quaisquer outros medicamentos que pareçam promissores) enquanto conduzimos ensaios clínicos para testar se funcionam para além do laboratório.(19) Deve ser implementado um sistema de planejamento para [1] forçar as empresas a produzir os ventiladores e o equipamento de proteção pessoal necessários aos trabalhadores da saúde e [2] dar prioridade na sua afetação aos locais com maiores necessidades.
Devemos estabelecer um corpo pandêmico maciço para fornecer a força de trabalho – da pesquisa aos cuidados – que se aproxime da ordem de exigência que o vírus (e qualquer outro agente patogênico que venha) nos está a colocar. Fazer corresponder o número de casos com o número de camas de cuidados intensivos, pessoal e equipamento necessários para que a supressão possa colmatar a lacuna dos números atuais. Por outras palavras, não podemos aceitar a ideia de meramente sobreviver ao ataque aéreo em curso da COVID-19 apenas para retornar mais tarde ao rastreamento dos contactos e ao isolamento dos casos a fim de conduzir o surto abaixo do seu limiar. Devemos contratar pessoas suficientes para identificar a COVID-19 casa a casa agora mesmo, e dotá-las do equipamento de proteção necessário, tais como máscaras adequadas. Ao longo do caminho, precisamos de suspender uma sociedade organizada em torno da expropriação, desde os senhorios até às sanções contra outros países, para que as pessoas possam sobreviver tanto à doença como à sua cura.
Até que tal programa possa ser implementado, no entanto, a maior parte da população está a ser deixada ao abandono. Sem prejuízo de uma uma pressão contínua a ser exercida sobre governos recalcitrantes, no espírito de uma tradição largamente perdida na organização proletária que remonta a 150 anos atrás, as pessoas comuns que são capazes devem juntar-se aos grupos de ajuda mútua e brigadas de bairro que estão a surgir.(20) O pessoal profissional de saúde pública que os sindicatos possam dispensar deve treinar esses grupos, para impedir que atos de bondade disseminem o vírus.
A insistência em integrarmos as origens estruturais do vírus no planeamento de emergência oferece-nos a chave para darmos cada passo em frente na proteção das pessoas antes dos lucros.
Um dos muitos perigos reside na normalização da “conversa de merda” atualmente em curso, uma caracterização serendipista dada à síndrome de que os doentes sofrem – a proverbial merda de morcego nos pulmões. Precisamos de conter o choque que sofremos ao saber que outro vírus da SRA emergiu dos seus refúgios na vida selvagem e, numa questão de oito semanas, se espalhou por toda a humanidade.(21) O vírus surgiu no extremo de uma linha de abastecimento regional em alimentos exóticos, desencadeando com sucesso uma cadeia de infeções de humano para humano no outro extremo da cidade em Wuhan, na China.(22) A partir daí, o surto difundiu-se localmente e saltou para aviões e comboios, espalhando-se por todo o globo através de uma teia estruturada por ligações de viagens e descendo numa hierarquia de cidades maiores para cidades mais pequenas.(23)
Além de descrever o mercado de alimentos selvagens à maneira do típico orientalismo, pouco esforço tem sido feito na mais óbvia das questões. Como é que o setor dos alimentos exóticos chegou a um ponto em que podia vender os seus produtos ao lado de animais de consumo mais tradicional no maior mercado de Wuhan? Os animais não estavam a ser vendidos no fundo de um camião ou numa viela. Pense-se nas licenças e pagamentos envolvidos (e na sua desregulamentação).(24) Muito além da pesca, a alimentação selvagem mundial é um setor cada vez mais formalizado, cada vez mais capitalizado pelas mesmas fontes que apoiam a produção industrial.(25) Apesar de não ser nada semelhante na magnitude da produção, a distinção é agora mais opaca.
A sobreposição da geografia econômica estende-se desde o mercado de Wuhan até ao interior, onde os alimentos exóticos e tradicionais são cultivados em explorações que se situam na orla de uma região selvagem em contração.(26) À medida que a produção industrial invade a última parte da floresta, as explorações de alimentos silvestres têm de se atravessar mais para aumentar as suas iguarias, ou invadir os últimos sítios. Como resultado, os agentes patogénicos mais exóticos, neste caso a SRA-2, encontram o seu caminho para um camião, seja nos animais que servem de alimento ou na mão-de-obra que os cuida, indo rapidamente de uma ponta à outra de um circuito periurbano mais extenso antes de atingirem o palco mundial.(27)
INFILTRAÇÃO
A conexão tem a ver com a elaboração, tanto para nos ajudar a planear durante este surto quanto para entender como a humanidade se meteu a si mesma numa tal armadilha.
Alguns agentes patogênicos emergem logo a partir dos centros de produção. Vêm-me à mente bactérias de origem alimentar como a Salmonella e a Campylobacter. Mas muitas, como a COVID-19, têm origem nas fronteiras da produção do capital. De facto, pelo menos 60% dos novos agentes patogênicos humanos emergem extravasando de animais selvagens para as comunidades humanas locais (antes de os mais bem sucedidos se espalharem para o resto do mundo).(28)
Uma série de luminárias no campo da eco-saúde, algumas financiadas em parte pela Colgate-Palmolive e pela Johnson & Johnson, empresas que impulsionam o desflorestamento liderado pelas agroindústrias, produziram um mapa global baseado em surtos anteriores, desde 1940, sugerindo onde novos agentes patogénicos podem emergir e avançar.29 Quanto mais quente a cor no mapa, mais provável é que um novo agente patogênico surja lá. Mas ao confundir essas “geografias absolutas”, o mapa vermelho-quente da equipe na China, Índia, Indonésia, e partes da América Latina e África perdeu um ponto crítico. O foco nas zonas de surtos ignora as relações compartilhadas pelos atores econômicos globais que moldam as epidemiologias.30 Os interesses do capital, que apoiam as mudanças – induzidas no desenvolvimento e na produção – no uso da terra e no surgimento de doenças em partes subdesenvolvidas do globo, recompensam os esforços que atribuem a responsabilidade pelos surtos às populações indígenas e às suas assim consideradas práticas culturais “sujas”.(31) A preparação de carne de animais selvagens e os enterros domésticos são duas práticas culpadas pelo surgimento de novos agentes patogénicos. O delinear de “geografias relacionais”, em contraste, de repente transforma Nova Iorque, Londres e Hong Kong, fontes-chave do capital global, em três dos piores focos do mundo.
As zonas de surto, entretanto, já nem sequer estão organizadas sob as políticas tradicionais. A troca ecológica desigual – redirecionando os piores danos da agricultura industrial para o hemisfério sul – saiu do despojamento local de recursos apenas pelo imperialismo estatal e para novos complexos em escala e em matéria-prima.(32) O agronegócio está a reconfigurar as suas explorações extractivistas em redes espacialmente descontínuas em territórios de diferentes escalas.(33) Uma série de “Repúblicas da Soja” de base multinacional, por exemplo, estende-se agora pela Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil. A nova geografia é incorporada por mudanças na estrutura de gestão das empresas, capitalização, subcontratação, substituição da cadeia de suprimentos, arrendamento e agrupamento transnacional de terras.(34) Na transposição das fronteiras nacionais, esses “países de matérias-primas”, flexivelmente incorporados através de ecologias e fronteiras políticas, estão a produzir novas epidemiologias ao longo do caminho.(35)
Por exemplo, apesar da deslocação geral da população das áreas rurais comoditizadas para as favelas urbanas, que continua hoje em dia em todo o mundo, a linha divisória rural-urbano, que impulsiona grande parte da discussão em torno do surgimento de doenças, ignora a mão-de-obra com destino rural e o rápido crescimento das cidades rurais em “desakotas” (aldeias urbanas) ou Zwischenstadt (entre cidades) periurbanas. Mike Davis e outros identificaram como essas paisagens recentemente urbanizadas agem como mercados locais e centros regionais para a passagem de matérias-primas agrícolas globais.(36) Algumas dessas regiões chegaram mesmo a ser “pós-agrícolas.”(37) Como resultado, as dinâmicas das doenças florestais, as fontes primordiais dos agentes patogénicos, não estão mais restritas apenas ao interior dos países. Suas próprias epidemiologias associadas se tornaram relacionais, sentidas através do tempo e do espaço. Uma SRA pode de repente ser vista a alastrar para o ser humano na grande cidade apenas a alguns dias da sua caverna de morcegos.
Ecossistemas nos quais tais vírus “silvestres” eram em parte controlados pelas complexidades da floresta tropical estão a ser drasticamente reduzidos pela desflorestação liderada pelo capital e, no outro extremo do desenvolvimento periurbano, por défices de saúde pública e de saneamento ambiental.38 Enquanto muitos agentes patogénicos silváticos estão a morrer com as suas espécies hospedeiras como resultado disso, um subconjunto de infeções que antes queimavam relativamente rápido na floresta, ainda que apenas por uma taxa irregular de encontro com suas espécies hospedeiras típicas, estão agora a propagar-se entre populações humanas susceptíveis, cuja vulnerabilidade à infeção é frequentemente exacerbada nas cidades por programas de austeridade e regulamentação corrupta. Mesmo com vacinas eficazes, os surtos resultantes são caracterizados por maior extensão, duração e dinâmica. O que antes eram repercussões locais são agora epidemias que se arrastam através das redes globais de viagens e comércio.39
Por esse efeito de paralaxe – por uma mudança no contexto ambiental – padrões antigos como ébola, Zika, malária e febre amarela, evoluindo comparativamente pouco, todos eles se transformaram em ameaças regionais.40 De repente, de um extravasamento ocasional para aldeões remotos, eles passaram a infectar milhares de pessoas nas cidades capitais. Algo noutra direção ecológica, até mesmo os animais selvagens, rotineiramente reservatórios de doenças de longa duração, estão sofrendo um processo em cadeia. Com as suas populações fragmentadas pela desflorestação, macacos nativos do Novo Mundo susceptíveis à febre amarela selvagem, à qual estavam expostos há pelo menos cem anos, estão a perder a imunidade de grupo e a morrer às centenas de milhares.41
EXPANSÃO
Já só pela sua expansão global, a agricultura de matérias-primas serve tanto de propulsor quanto como nexo, através do qual agentes patogénicos de diversas origens migram dos reservatórios mais remotos para os centros populacionais mais internacionais.(42) É aqui, e ao longo do caminho, que novos agentes patogênicos se infiltram nas comunidades ligadas à agricultura. Quanto mais longas as cadeias de abastecimento associadas e quanto maior a extensão da conexa desflorestação, mais diversos (e exóticos) os agentes patogênicos zoonóticos que entram na cadeia alimentar. Entre os agentes patogênicos emergentes e reemergentes recentemente, provenientes de toda a área antropogênica, encontram-se peste suína africana, Campylobacter, Cryptosporidium, Cyclospora, Ebola Reston, E. coli O157:H7, febre aftosa, hepatite E, Listeria, vírus Nipah, febre Q, Salmonella, Vibrio, Yersinia, e uma variedade de novas variantes de gripe, incluindo H1N1 (2009), H1N2v, H3N2v, H5N1, H5N2, H5Nx, H6N1, H7N1, H7N3, H7N7, H7N9, e H9N2.(43)
Por mais que não seja intencional, toda a linha de produção está organizada em torno de práticas que aceleram a evolução da virulência patogênica e a transmissão subsequente.(44) O cultivo de monoculturas genéticas – animais e plantas com genomas quase idênticos – remove os corta-fogos imunológicos que, em populações mais diversas, retardam a transmissão.(45) Os agentes patogênicos agora só podem evoluir rapidamente, dados os genótipos imunológicos comuns dos hospedeiros. Enquanto isso, as condições de aglomeração deprimem a resposta imunitária.(46) O tamanho da população animal nas grandes fazendas e a densidade das fazendas industriais facilitam uma maior transmissão e a infeção recorrente.(47) O alto rendimento, uma parte de qualquer produção industrial, veicula um fornecimento continuamente renovado de susceptibilidades a nível de celeiro, fazenda e região, removendo a tampa sobre a evolução da mortalidade patogênica.(48) O alojamento de muitos animais juntos recompensa as linhagens que melhor podem queimar através deles. Diminuir a idade de abate – para seis semanas nas galinhas – é provável que seleccione agentes patogénicos capazes de sobreviver a sistemas imunológicos mais robustos.(49) Aumentar a extensão geográfica do comércio e exportação de animais vivos aumenta a diversidade dos segmentos genómicos que seus agentes patogénicos associados trocam, aumentando a taxa na qual os agentes patogénicos exploram suas possibilidades evolutivas.(50)
Embora os foguetões da evolução dos agentes patogênicos avancem de todas essas formas, há, no entanto, pouca ou nenhuma intervenção, mesmo a pedido da própria indústria, excepto o que é necessário para resgatar as margens fiscais em um quarto perante a repentina emergência de um surto.(51) A tendência é para menos inspeções governamentais de fazendas e fábricas de processamento, legislação contra a vigilância governamental e a exposição por activistas, e legislação até mesmo contra reportagens nos meios de comunicação sobre as especificidades de surtos mortais. Apesar das recentes vitórias nos tribunais contra a poluição por pesticidas e porcos, o comando privado da produção continua inteiramente focado no lucro. Os danos causados pelos surtos que resultam são externalizados no gado, colheitas, vida selvagem, trabalhadores, governos locais e nacionais, sistemas de saúde pública e agrossistemas alternativos no exterior, como uma questão de prioridade nacional. Nos Estados Unidos, o CDC relata que os surtos nascidos de alimentos estão a expandir-se no número de Estados afectados e de pessoas infectadas.(52)
Ou seja, a alienação do capital está a ser recompilada a favor dos agentes patogénicos. Enquanto o interesse público é filtrado à porta da fazenda e da fábrica de alimentos, os agentes patogénicos são drenados através da biossegurança pela qual a indústria está disposta a pagar e voltam para o público. A produção diária representa um risco moral lucrativo, corroendo os nossos bens comuns partilhados de saúde.
LIBERTAÇÃO
Há uma ironia reveladora em Nova York, uma das maiores cidades do mundo, fechada contra a COVID-19, à distância de um hemisfério das origens do vírus. Milhões de nova-iorquinos estão escondidos no parque habitacional supervisionado até recentemente por uma tal Alicia Glen, até 2018 vice-presidente para a habitação e desenvolvimento económico da cidade.(53) Glen é uma ex-executiva da Goldman Sachs, tendo supervisionado o Urban Investment Group desta empresa de investimentos, que financia projectos nos tipos de comunidades que as outras unidades da empresa ajudam a guetizar.(54)
Glen, naturalmente, não é de modo nenhum pessoalmente responsável pelo surto, mas é antes um símbolo de uma ligação que nos atinge mais de perto. Três anos antes de a cidade a contratar, após uma crise habitacional e uma Grande Recessão em parte de seu próprio fabrico, o seu antigo empregador, juntamente com JPMorgan, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo & Co. e Morgan Stanley, ficou com 63% do financiamento de emergência federal resultante.(55) A Goldman Sachs, livre de encargos, passou a diversificar as suas participações para fora da crise. A Goldman Sachs adquiriu 60% das ações da Shuanghui Investment and Development, parte do gigantesco agronegócio chinês que comprou a Smithfield Foods, sediada nos EUA, a maior produtora de porcos do mundo.(56) Por US$ 300 milhões, também obteve a propriedade de dez granjas de aves em Fujian e Hunan, uma província de Wuhan e bem dentro da captação de alimentos selvagens da cidade.(57) Investiu até outros US$ 300 milhões ao lado do Deutsche Bank na criação de porcos nas mesmas províncias.(58)
As geografias relacionais exploradas acima circularam por todo o caminho de volta. Há a pandemia que está presentemente a afetar os círculos eleitorais de Glen, de apartamento em apartamento em Nova Iorque, o maior epicentro da COVID-19 dos EUA. Mas também é preciso reconhecer que o ciclo de causas do surto em parte se estendeu a partir de Nova Iorque antes de ter início, por menor que seja o investimento da Goldman Sachs neste caso para um sistema do tamanho da agricultura chinesa.
O dedo nacionalista apontando, a partir do racista “vírus da China” de Trump e através do continuum liberal, obscurece as direções globais interligadas de Estado e capital.(59) “Irmãos inimigos”, como Karl Marx os descreveu.(60) A morte e os danos sofridos pelos trabalhadores no campo de batalha, na economia e agora em seus sofás lutando para recuperar o fôlego manifestam tanto a competição entre as elites que manobram pela diminuição dos recursos naturais quanto os meios compartilhados para dividir e conquistar a massa da humanidade presa nas engrenagens dessas maquinações.
Na verdade, uma pandemia que surge do modo de produção capitalista e que se espera que o Estado administre por um lado pode oferecer uma oportunidade a partir da qual os gestores e beneficiários do sistema podem prosperar por outro lado. Em meados de fevereiro, cinco senadores e vinte congressistas dos EUA alienaram milhões de dólares em ações pessoalmente detidas em indústrias susceptíveis de serem prejudicadas pela pandemia que se aproximava.(61) Os políticos basearam o seu “inside trading” em conhecimentos não públicos, mesmo quando alguns dos representantes continuaram a repetir publicamente as missivas do regime de que a pandemia não constituía grande ameaça.
Para além de tão crassos assaltos, a corrupção do lado do Estado é sistêmica, um marcador do fim do ciclo de acumulação dos EUA quando o capital se retira.
Há algo comparativamente anacrônico nos esforços para manter a bica a correr, mesmo que organizada em torno da reificação financeira da realidade das ecologias primárias (e das epidemiologias relacionadas) em que se baseia. Para o próprio Goldman Sachs, a pandemia, como as crises anteriores, oferece “espaço para crescer”:
“Partilhamos o optimismo dos vários especialistas em vacinas e investigadores das empresas biotecnológicas, com base no bom progresso que tem sido feito em várias terapias e vacinas até agora. Acreditamos que o medo diminuirá com as primeiras provas significativas de tal progresso….
Tentar negociar uma possível meta negativa quando a meta de final do ano é substancialmente mais alta é apropriado para negociadores do dia, seguidores do momento e alguns gestores de “hedge funds”, mas não para investidores de longo prazo. De igual importância é considerar que não há garantia de que o mercado atinja os níveis mais baixos que podem ser usados como justificação para vender hoje. Por outro lado, estamos mais confiantes de que o mercado acabará por atingir o alvo mais elevado, dada a resiliência e a superioridade da economia dos EUA.
E, finalmente, pensamos que os níveis actuais proporcionam uma oportunidade para aumentar lentamente os níveis de risco de uma carteira. Para aqueles que possam estar sentados em excesso de dinheiro e tenham capacidade de permanecer com a alocação estratégica correcta de ativos, este é o momento de começar a adicionar incrementalmente em ações do índice S&P”.(62)
Apreensivas com a carnificina em curso, pessoas de todo o mundo tiram conclusões diferentes.(63) Os circuitos do capital e da produção que os agentes patogénicos marcam como tags radioativos, um após o outro, são considerados inaceitáveis.
Como caracterizar tais sistemas para além, como fizemos acima, do episódico e circunstancial? O nosso grupo está a meio da derivação de um modelo que ultrapasse os esforços da medicina colonial moderna, presentes na eco-saúde e na One Health [Uma só Saúde], que continuam a culpar os pequenos proprietários indígenas e locais pela desflorestação que leva ao surgimento de doenças mortais.(64)
A nossa teoria geral do surgimento neoliberal de doenças, incluindo, sim, na China, combina:
– circuitos globais do capital;
– a utilização desse capital destruindo a complexidade ambiental regional que mantém sob controle o crescimento da população de agentes patogénicos virulentos;
– os aumentos resultantes nas taxas e na amplitude taxonómica dos eventos de disseminação;
– a expansão dos circuitos periurbanos de mercadorias que transportam estes novos agentes patogénicos no gado e na mão-de-obra do interior mais profundo para as cidades regionais;
– as crescentes redes globais de viagens (e comércio de gado) que transportam os agentes patogénicos das referidas cidades para o resto do mundo em tempo recorde;
– as formas como estas redes reduzem o atrito de transmissão, selecionando para a evolução de maior letalidade os agentes patogénicos tanto no gado como nas pessoas;
– e, entre outras imposições, a escassez de reprodução no próprio local na pecuária industrial, removendo a seleção natural como um serviço de ecossistema que oferece proteção em tempo real (e quase gratuita) contra doenças.
A premissa operativa subjacente é que a causa da COVID-19 e de outros agentes patogénicos deste tipo não se encontra apenas no objecto de qualquer agente infeccioso ou no seu curso clínico, mas também no campo das relações ecossistémicas que o capital e outras causas estruturais têm desactivado em seu próprio benefício.(65) A grande variedade de agentes patogénicos, representando diferentes taxas, hospedeiros, modos de transmissão, percursos clínicos e resultados epidemiológicos, todos os sinais de identificação que nos enviam de olhos esbugalhados aos nossos motores de busca em cada surto, marcam diferentes partes e caminhos ao longo dos mesmos tipos de circuitos de uso da terra e de acumulação de valor.
Um programa geral de intervenção corre em paralelo muito para além de um vírus em particular.
Para evitar os piores resultados aqui, a “desalienação” oferece a próxima grande transição humana: abandonar as ideologias de colonos, reintroduzir a humanidade nos ciclos de regeneração da Terra e redescobrir o nosso sentido de individuação em multidões para além do Estado do capital.(66) No entanto, o economismo, a crença de que todas as causas são apenas económicas, não será libertação suficiente. O capitalismo global é uma hidra com muitas cabeças, apropriando, internalizando e ordenando múltiplas camadas de relação social.(67) O capitalismo opera em terrenos complexos e interligados de raça, classe e género no curso da actualização de regimes regionais de valor lugar a lugar.
Para evitar o risco de aceitar os preceitos do que a historiadora Donna Haraway descartou como história de salvação – “podemos desarmar a bomba a tempo?” – a desalienação tem de desmantelar essas multiformes hierarquias de opressão e as formas locais específicas de interação com a acumulação.(68) Ao longo do caminho, temos de navegar para fora das reapropriações expansivas do capital, através de materialismos produtivos, sociais e simbólicos.(69) Isto é, para fora do que resume um totalitarismo. O capitalismo comoditiza tudo – a exploração de Marte aqui, o sono ali, as lagoas de lítio, a reparação de ventiladores, até mesmo a própria sustentabilidade, e, por aí afora, essas muitas permutações são encontradas muito para além da fábrica e da fazenda. Não poderia ser mais claro que todos os caminhos de quase todos em toda a parte estão sujeitos ao mercado, que num tempo como este é cada vez mais antropomorfizado pelos políticos.(70)
Em resumo, uma intervenção bem sucedida, mantendo qualquer um dos muitos agentes patogénicos que fazem fila em todo o circuito agroeconómico para matar mil milhões de pessoas, deve passar pela porta de um confronto global com o capital e seus representantes locais, por mais que qualquer soldado da burguesia, entre eles Glen, tente mitigar os danos. Como o nosso grupo descreve em alguns de nossos últimos trabalhos, o agronegócio está em guerra com a saúde pública.(71) E a saúde pública está a perder.
Se, no entanto, maior humanidade ganhar um conflito de gerações como este, podemos nos recolocar num metabolismo planetário que, ainda que diferente de lugar para lugar, reconecta as nossas ecologias e as nossas economias.(72) Tais ideais são mais do que questões de utopia. Ao fazer isso, convergimos para soluções imediatas. Protegemos a complexidade da floresta que impede os agentes patogênicos mortíferos de alinhar os hospedeiros para um lançamento direto na rede mundial de viagens.73 Reintroduzimos as diversidades de animais e culturas, e reintegramos a criação de animais e culturas em escalas que impedem que os agentes patogênicos aumentem em virulência e extensão geográfica.74 Permitimos que os animais que nos servem de alimento se reproduzam no próprio local, reiniciando a seleção natural que permite a evolução imunológica para rastrear agentes patogênicos em tempo real. Em perspectiva geral, paramos de tratar a natureza e a comunidade, tão cheios de tudo o que precisamos para sobreviver, como apenas mais um concorrente a ser corrido pelo mercado.
A saída é nada menos do que o nascimento de um mundo (ou talvez mais na linha de voltar à Terra). Também vai ajudar a resolver – mangas arregaçadas – muitos dos nossos problemas mais urgentes. Nenhum de nós, presos em nossas salas de estar de Nova York a Pequim, ou, pior, de luto pelos nossos mortos, quer passar por tal surto novamente. Sim, as doenças infecciosas, durante a maior parte da história humana a nossa maior fonte de mortalidade prematura, continuarão a ser uma ameaça. Mas, dado o bestiário de agentes patogénicos agora em circulação, com o pior extravasamento agora quase anual, estaremos provavelmente a enfrentar outra pandemia mortal em muito menos tempo do que a pausa de cem anos desde 1918. Conseguiremos ajustar fundamentalmente os modos como nos apropriamos da natureza e chegar a mais que uma trégua com estas infeções?
Notas
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